Problemas
Escolares
A escola, a família e a sociedade
formam e transformam vidas, sempre participando ativamente daquilo
que chamamos de educação.
Hoje as crianças e jovens não
dependem apenas da escola para aprender: não só a família, mas a
internet, a TV e outros meios contribuem para a formação do
conhecimento deste aluno. Ainda assim, é na escola que são
construídos e/ou consolidados valores e crenças e que definem e
norteiam a vida do ser humano.
Nesse contexto, o aluno é estimulado
a entender e descobrir o mundo. Ter uma visão da realidade, ou seja,
da sociedade que o cerca, para aprofundar o conhecimento e se tornar
livre nas suas próprias escolhas.
No entanto, é na escola também que,
ao longo desse processo, alguns problemas se agravam e acabam se
tornando um “cavalo de batalha” que precisa ser enfrentado.
Daí então, surgem diversas questões.
Há conhecimentos fundamentais que ajudam o aluno a aprender. A
escola cumprir seu papel nesta formação, mas e a família? Em que
está contribuindo para que este aluno aprenda? A lição de casa e
as demais tarefas escolares são uma forma de lidar com o aprender,
mas como fazer este momento mais prazeroso e sem conflitos?
Os desafios da família e da escola
neste século XXI são inúmeros, mas cabe à escola apoiar a família
e cabe também à família apoiar a escola – um apoio suficiente
para que a instituição escolar desenvolva sua função, que é a de
levar o aluno a aprender e aprender bem. Situações de estresse
entre pais, alunos e professores não ajudam em nada; pelo contrário,
só acarretam mais problemas.
Diante de situações escolares e
familiares problemáticas, é o caso de revermos os quatro pilares da
educação escolar:
- aprender a conhecer;
- aprender a fazer;
- aprender a viver com os outros;
- aprender a ser.
Estes pilares são o ponto inicial
para aprofundarmos algumas reflexões.
Um fator estratégico que a família
pode usar para ajudar a criança ou adolescente a aprender é se
tornar de fato uma base sólida de valores morais e sociais, para que
viver em sociedade seja um objetivo a ser alcançado. Uma vez que
valores como amor, sinceridade, honestidade, humildade etc. possam
ser vivenciados em laços familiares, eles poderão ser estendidos à
escola e, posteriormente, em relações sociais mais amplas.
O desafio da escola, por sua vez,
consiste em equilibrar as exigências entre passar conteúdo e, ao
mesmo tempo, oferecer ao aluno uma formação crítica da realidade,
a qual depende da vivência de experiências de aprendizado
significativas.
A escola, a família e a sociedade têm
este desafio: permitir que o aluno aprenda a pensar, usando sua
inteligência e fortalecendo seus valores. Para isso, é preciso
estimular sua curiosidade e perseverança a fim de dar a esta
criança, jovem ou adulto uma perspectiva de “futuro”. Futuro que
se constrói a partir de sua própria experiência e seu desejo de se
tornar uma pessoa melhor.
A escola tem que contribuir e ajudar
os sujeitos a serem autênticos e a serem verdadeiros elementos de
aglutinação das buscas científicas para consolidar uma sociedade
melhor e ajudar a desenvolver a descobrir suas potencialidades,
valores e virtudes. A escola não é neutra e nem pode ser; ela está
inserida em um contexto de realidades políticas e precisa se
posicionar.
A ação da escola na vida dos alunos
é, portanto, condição primeira para marcar sua trajetória, e
precisa estabelecer uma relação de troca de afetos, valores e
saberes. Para tanto, existe a necessidade de que, por meio das
relações interpessoais no ambiente escolar, se forme uma
“dialogicidade” interativa e dinâmica na construção do
conhecimento e da formação destes alunos para a sociedade.
O educador, a família e a sociedade
não podem impor, mas sim propor situações de mudanças para que se
construa uma realidade com mais conhecimento e modificações
evolutivas para o bem da vida.
Falar dos problemas escolares não é
simples, mas com muito zelo poderemos contribuir nesta reflexão.
Afinal de contas, tanto a escola quanto a família necessitam de
suporte e apoio para desenvolver plenamente todas as potencialidades
que lhe são atribuídas.
A família está pedindo socorro, pois
seus valores estão em conflito, e a escola está pedindo socorro,
pois seus pilares não podem estacionar no tempo e no espaço. Já a
sociedade, por seu turno, sofre cada vez mais as consequências
disso. Vemos, portanto, que essas três instâncias – família,
escola e sociedade – precisam dar as mãos.
A escola tem suas metas a serem
cumpridas. A família precisa, junto com a escola, abraçar estas
metas para o bem de seus filhos para que, juntos, possamos formar uma
sociedade mais justa e benéfica para todos.
Vania
Sabatier de Oliveira Simões
Neuro-Psicopedagoga
– Psicoterapeuta Psicanalítica
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